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Verão europeu dá cor pálida ao futuro da F-1.
Faíscas do GP da Hungria ainda não incandesceram grandes mudancas para 2020
Por Wagner Gonzalez
Exceção feita à equipe McLaren, as demais nove equipes que formam o grid do Campeonato Mundial de F-1 seguem numa toada discreta para definir seus pilotos para 2020, quando tudo indica que a temporada terá 22 GPs, um a mais que este ano. No universo pilotos o processo está girando em torno da opção que Toto Wolff escolherá para o segundo carro da Mercedes, enquanto a entrada dos GPs da Holanda e do Vietnam são os acréscimos que causam importantes discussões entre a Liberty Media, que explora o lado comercial da categoria, e as escuderias.
Em pleno processo de reestruturação a McLaren optou por reforçar um clima de segurança e tranquilidade e antecipou-se aos seus concorrentes ao anunciar que vai continuar com seus pilotos Carlos Sainz e Lando Norris para 2020. Trata-se de uma sensação que nomes como Valteri Bottas, Nico Hulkenberg, Romain Grosjean, Kevin Magnussen, Antonio Giovinazzi, George Russell e Robert Kubica, sem deixar de lado a possibilidade de alguns confirmados mudarem de status.
De todos os nomes acima é Valtteri Bottas quem vai definir o rumo da maioria das negociações. Ao desembarcar na F-1 o finlandês trazia consigo um manto que o vestia como sucessor de Kimi Räikkönen e como futuro campeão; o destino não ajudou muito e hoje ele está em uma encruzilhada. Há duas temporadas faz bem feito o papel de coadjuvante de um Lewis Hamilton a caminho de bater todos os recordes da categoria e paga o alto preço de anular suas pretensões. Este ano até pintou uma chance de inverter os papéis parcialmente, mas após seis GPs tudo voltou ao que era antes e, para piorar, o nome de Estebán Ocón passou a soar mais frequentemente nas declarações de Toto Wolf.
Ocón, francês e filho de um casal catalão, tem a seu favor o lado fato de ser jovem e empresariado pelo próprio Wolf; em outras palavras teria um ano de aprendizado para desenvolver seu potencial e substituir Hamilton quando o inglês optar por retirar-se das pistas, algo previsto para 2021, no máximo 2022. Em uma organização tão cartesiana quanto a da Mercedes esta opção soa bem melhor que arriscar ficar com Bottas mais um ano e retardar o desenvolvimento do substituto do atual campeão e primeiro piloto do time.
Os caminhos para Bottas e Ocón são bastante similares e o nome Renault é o que aprece em maior destaque. A esquadra francesa manterá Daniel Ricciardo por mais um ano e precisa decidir o que fará com Nico Hulkenberg, nome já marcado pelo estigma de ter ser o piloto com maior número de GPs disputados sem jamais ter subido ao pódio de uma corrida. Confiável, mas sem a agressividade que falta para um vencedor, o alemão tem boas chances de perder seu lugar para Bottas ou mesmo para Ocón. A chance de promover algum piloto de categorias inferiores para novo companheiro de Ricciardo é relativamente remota.
Em situação bem pior que a Renault está norte-americana Haas, que até agora insistiu na continuidade para superar a relação “fogo (não tão) amigo” entre o franco-suíço Romain Grosjean e o dinamarquês Kevin Magnussen. Grosjean tem um currículo marcado por muitos momentos dramáticos e algumas raras sequências de bons resultados, a mais longa delas em seus tempos de Lotus. Magnussen não está longe de ser descrito como um viking que conduz sua embarcação com a fúria que Thor manejava seu martelo. E nessa toada Gene Haas vai acumulando prejuízos financeiros e seu chefe de equipe Gunther Steiner uma úlcera do tamanho do mar Mediterrâneo. Candidatos para essas vagas são Bottas, Hulkenberg e até mesmo um jovem egresso da Ferrari Academy, o que pode entrar como moeda de troca para manter o bom relacionamento com seu fornecedor de motores e tecnologia. Pietro Fittipaldi pode ser a surpresa: tem feito testes pela Haas e sua ligação com a Claro pode ajudar a trazer um bom patrocínio.
A vaga da Haas também poderia ser o destino de Antonio Giovinazzi, que ainda não desencantou na categoria, apesar do esforço da Alfa Romeo em confirmá-lo para esta temporada. Não parece ser uma boa aposta colocar fichas na continuidade dessa união e ainda não está muito clara a profundidade dos alicerces da associação entre a marca italiana e a própria Sauber.
Como é normal acontecer com as equipes que fecham o pelotão, o futuro da Williams tem excelentes chances de ser definido aos 48’ do segundo tempo e com uso do VAR. Sem resultados e assombrada pela possibilidade de ver seu contrato com a Mercedes reavaliado, o time de Grove atravessa uma das suas piores temporadas desde que Frank Williams se aventurou na categoria. Robert Kubica já é considerado carta fora do baralho para o grid de 2020; George Russell é um nome que tem respeito de alguns chefes de equipe e deve continuar na lista de inscritos, não necessariamente na sua equipe atual.
Com relação ao calendário a confirmação do GP do México coloca em risco o GP da Alemanha, evento que há alguns anos dá prejuízo ao ADAC, o Automóvel Clube Alemão, responsável pela sua promoção. Nos últimos dias a Mercedes anunciou que não pretende bancar novamente a corrida, tal qual fez este ano, decisão que coloca a continuidade da corrida em situação delicada. Outra corrida em cheque para o ano que vem é o GP da Espanha, que não deverá contar com o apoio econômico das autoridades da Catalunha.
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