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O futuro mais próximo.
Ferrari em crise, Collet vence F-4 francesa e F-1 anuncia calendário.
Em meio à crise que não para de crescer na Ferrari a F-1 segue indiferente e terá seu calendário 2019 aprovado nesta sexta-feira, quando a Federação Internacional do Automóvel (FIA) realiza seu Congresso Mundial do Esporte a Motor, em Paris. No fim de semana passada o paulista Caio Collet conquistou mais um título internacional para o Brasil mostrando que ele e o paranaense Felipe Drugovich seguem firme no caminho tradicional rumo à categoria mais importante do esporte.
O resultado aquém do esperado conquistado por Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen no GP do Japão, disputado domingo, em Suzuka, piorou ainda mais o clima na Scuderia de Maranello. Não bastasse Lewis Hamilton ter conquistado sua quarta vitória consecutiva – desta vez de forma indiscutível -, e sexta nas últimas sete etapas, o alemão e o finlandês se envolveram em acidentes com Max Verstappen, além da equipe novamente ter cometido erros estratégicos marcantes, particularmente na Q3, etapa da prova de classificação onde são definidas as 10 primeiras posições do grid de largada.
O que acontece com a Scuderia é recorrente e desta vez a turbulência foi catalisada pelo desaparecimento inesperado de Sergio Marchionne, executivo maior do grupo FCA e falecido há poucos meses. Sem sua liderança, a Ferrari está envolta em uma guerra interna pelo poder onde Mauricio Arrivabene e Mattia Binotto são identificados pela imprensa italiana como antagonistas. O nome de Arrivabene já foi mencionado como possível líder da Juventus, equipe de futebol que faz parte do império Agnelli, família que controla o grupo FCA, por sua vez controlador da Ferrari.
Em artigo publicado no site italiano Formula Passion e intitulado “Fábrica de Alibis”, Mauro Forghieri destaca as limitações que marcam o desempenho de Sebastian Vettel e o comportamento de Arrivabene, “que deveria entender a importância de ficar quieto”, referência ao protagonismo assumido pelo diretor esportivo da Ferrari após a morte de Marchionne. Para os mais jovens vale lembrar que Mauro Forghieri é um dos grandes nomes da história de Maranello tanto por sua capacidade técnica quanto de gestão esportiva.
Para quem acompanha o episódio de fora e revê o histórico da Scuderia o resumo desta situação pode muito bem ser sintetizado em “mais do mesmo”. Equipe mais tradicional da F-1, a Ferrari é uma referência que muitos querem ter em seu currículo e desperta paixões e relacionamentos de amor e ódio. Talvez por isso Mattia Binotto e Maurizio Arrivabene já tenham escolhido suas armas há muito tempo para o duelo mais comentado da F-1 atual, algo que se agrava com a atual fase de Lewis Hamilton, mais do que provável campeão mundial de 2018. O resultado completo do Grande Prêmio do Japão você encontra aqui.
Na próxima sexta-feira a FIA realiza em Paris sua última reunião de 2018 do Conselho Mundial do Esporte a Motor. Além de formalizar os calendários propostos na reunião que aconteceu em Manila, em 7 de junho último, será apresentado a relação das 21 etapas válidas pelo Campeonato Mundial de F-1 de 2019.
Hamilton pede respeito a Vettel
Faltando quatro provas para o término da temporada, o tetra campeão (2008, McLaren Mercedes, 2014/15/17, Mercedes) Lewis Hamilton pode garantir seu quinto título no Grande Prêmio dos Estados Unidos (Austin, dia 21) se conseguir aumentar para 75 pontos a diferença de pontos que o separa do alemão Sebastian Vettel. Conquistado esse objetivo o inglês estará no mesmo patamar do argentino Juan Manuel Fangio, que na década de 1950 venceu em 1951 (Alfa Romeo), 1954 (Maserati e Mercedes), 1955 (Mercedes) 1956 (Lancia-Ferrari) e 1957 (Maserati). Sua série de quatro vitórias seguidas e os erros cometidos por Vettel nas últimas provas causaram uma série de críticas ao piloto alemão, situação que levou o rival inglês a sair em sua defesa:
“Vocês não podem imaginar o quanto que é difícil para qualquer atleta de alta performance fazer o que fazemos no nosso nível. Espera-se que, por sermos humanos, podemos errar. O que conta, porém, é como a gente supera esses erros.”
Collet, campeão francês na Espanha
O paulista Caio Collet consolidou, domingo, a conquista do Campeonato Francês de F-4 de 2018 após obter duas vitórias e um sexto lugar na penúltima rodada do certame, disputada em Jerez de la Frontera, na Espanha. É o primeiro título que o ex-kartista consegue no automobilismo, triunfo obtido em seu ano de estreia na modalidade; sua carreia é administrada por Nicholas Todt, filho do presidente da FIA, Jean Todt, o que representa um bom cartão de visita. Com esse resultado Collet garantiu ao País o segundo título internacional em categorias de base nesta temporada: o paranaense Felipe Drugovich sagrou-se campeão da Euroformula Open, que usa carros da F-3.
Caio Collet ainda não anunciou seus planos para a temporada de 2019, mas a F3 é sem dúvida a opção mais acertada para continuar sua progressão no esporte: ele é jovem, já mostrou competência e sabe que o caminho rumo à F1 não permite saltos que coloquem em risco os objetivos de sua carreira. Primeiro brasileiro a conquistar o Troféu Winfield, Collet sucedeu neste programa francês nomes como Alain Prost, Damon Hill e Jacques Laffite, entre outros pilotos que F-1. Nesta temporada Caio venceu em Pau (circuito de rua), Dijon-Prenois, Magny Cours e Jerez, totalizando sete primeiros lugares, sete pole positions e oito melhores voltas nas 18 etapas já disputadas.
O Campeonato Francês de F-4 termina no fim de semana, em Paul Ricard. Com 270,5 pontos Collet vai acompanhar de perto a briga pelo segundo lugar entre Ulysse de Pauw (Bélgica, 196 pontos), Arthur Leclerc (Mônaco, 194), Ugo de Wilde (Bélgica, 181), e Adam Eteki (França, 167).
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