Nelson Piquet salva o Grande Prêmio do Brasil de 2011 do tédio.

Maurício Stycer | site Uol

Sem chuva, sem um adversário à altura dos carros da RBR e sem um piloto brasileiro carismático, o GP Brasil de 2011 será lembrado pela homenagem a Nelson Piquet, que levantou o público de Interlagos ao dar quatro voltas no circuito para comemorar os 30 anos da conquista de seu primeiro título mundial.

Na última volta, a bordo do Brabham-Ford de 1981, Piquet sacou uma bandeira do Vasco, mexendo ainda mais com o público. Gritos, aplausos, vaias, piadas: a passagem do tricampeão mundial agitou Interlagos de uma forma que nenhum piloto da atualidade conseguiu fazer, uma hora depois, na última prova da temporada.

“Está melhor que o Rubinho”, brincou um torcedor no camarote da Rede Globo ao vê-lo passar. O mesmo fã mudou de opinião minutos depois, quando Piquet fez a homenagem ao seu time de coração: “Estava indo bem… Estava indo bem”, reclamou o corintiano.

A Globo, que exibia “A Turma do Didi”, quase perdeu o melhor da tarde, mas interrompeu a transmissão a tempo de mostrar a última volta de Piquet. Galvão Bueno observou que “todo mundo” estava emocionado e que Reginaldo Leme “teve vontade de chorar”.

A repórter Mariana Becker ouviu Galvão e perguntou a Piquet, ao vivo: “Deu vontade de chorar?” Ao que o ex-piloto, sempre sarcástico, respondeu: “Não”. Pensou um pouco e ainda disse: “Vontade de rir”.

Um pouco antes de Piquet dar suas voltas pelo circuito, todos os pilotos desfilaram em carro aberto. É uma cena que faz parte do ritual das corridas de F-1. Foram aplaudidos, é verdade, mas muito menos do que o tricampeão mundial.

“Cadê a chuva?”, perguntava Galvão durante a corrida, enquanto os carros de Webber e Vettel passeavam por Interlagos sem sofrer qualquer ameaça. Não fosse por Piquet, teria sido mais um domingo rotineiro na F-1.

http://youtu.be/pWkDqp0K0S8

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Piquet volta à pista com bandeira do Vasco e divide a torcida em Interlagos

Celebrando 30 anos do primeiro título, tricampeão se encontra com Fittipaldi e provoca vaias de corintianos, que responderam gritando o nome de Rubinho.

Pouco mais de uma hora antes do 40º GP do Brasil de Fórmula 1, os torcedores que compareceram ao autódromo de Interlagos neste domingo voltaram 30 anos no tempo. Isso porque o tricampeão Nelson Piquet voltou a guiar a Brabham-Ford usada em seu primeiro título mundial, numa exibição que acabou encurtada pela chuva, mas que foi marcada pela irreverência. Aos 59 anos, Nelsão desfilou mais uma vez com a bandeira do Vasco diante de milhares de corintianos, que gritaram o nome de Rubens Barrichello, torcedor do time paulista. E, apesar da brincadeira, emocionou quem estava no circuito.

- Realmente estou muito feliz. É uma maravilha poder andar neste carro de novo. Andar em Interlagos, em um dia de Fórmula 1 e ainda torcendo para o Vasco? Dentro de São Paulo (risos)? É do jeito que eu gosto. Eu achava que ia tomar a maior vaia do mundo! Devo ter tomado, não é? Mas é isso aí, é o que eu gosto, o risco.

O tricampeão mundial saiu da pista emocionado, mas negou a vontade de chorar.

- Fiquei emocionado. Mas só choro por coisa ruim. Por coisa boa, a gente tem de rir. É muito bom pessoalmente, pela família que nunca me viu andar de Fórmula 1, todos os meus filhos. E ainda mais com um carro maravilhoso como esse que foi campeão em 1981? Vocês não deviam nem estar nascidos (risos). Estou em boa forma e foi muito bom participar disso aqui.

O modelo, conservado em perfeito estado, pertence à coleção pessoal de Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, que era dono da equipe no período em que Nelson defendeu a Brabham, de 1978 a 1985.

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